domingo, 23 de setembro de 2012





Uma ligação

No meio da tarde de um domingo de sol você recebe uma ligação. Do outro lado da linha, alguém diz com voz chorosa que está triste, desanimada, se perguntando porque tomou determinada decisão e que apesar de saber que ela foi a correta, ta difícil administrar.

Você não faz nada, nenhum palavra de carinho, nenhuma demonstração de atenção. Seco, indiferente.

Em que país você vive? Ah! Lembrei, no seu. Você é o centro do universo. Não, você é capaz de controlar suas emoções, então todos deveriam ser assim. Simples, assim.  Tentar se colocar no lugar do outro, procurar acarinhar, aconchegar? Não. Cada um deve cuidar de si. Dessa forma não nos decepcionamos com o outro  Ah!

A resposta. É nesse pais  que eu vivo? Lembrei, no do outro. O outro precisa do carro, eu empresto. A outra precisa falar, mesmo que seja um monte de besteira, eu ouço. O outro precisa de ajuda, estou lá. Simples assim.

Desligo, simplesmente. Não sinto raiva de não ter recebido carinho, atenção, como eu tanto quero e mereço. Não eu nunca fico com raiva do outro.

Amanhã você vai trabalhar e tudo volta ao normal.

Merda.

Eu não quero essa normalidade de me esconder no trabalhar. De fingir que tudo está bem, porque não tenho tempo para pensar, aulas para preparar, relatórios para fazer.

Não, eu quero viver.

É essa a decisão a ser tomada. Viver. por mim. não por você.

Voltar a dançar, sair, beber, fumar, me distrair, correr dessa aqui, que em uma tarde de um domingo de sol, liga para alguém que simplesmente não liga para ela, a outra, na realidade não liga para ninguém.

Será essa a leitura correta de uma simples ligação?

23/09/2012
Olinda .





Nenhum comentário:

Postar um comentário