sábado, 8 de setembro de 2012


DIZENDO ADEUS AS DROGAS
A decisão está tomada. Quero ser feliz agora.
Voltei para a droga. Tive uma recaída. Estou novamente dependente dela. Ela está controlando minha vida.  Sinto todos os sintomas. Angustia tristeza, desprezo pelo que eu sou. Até mesmo o corte de cabelo novo que fiz, não me agradou. Não tenho vontade de sair, me arrumar. Estou só, me sentindo só. A coitadinha. Bastou apenas um gole, e cá estou eu, caminhando para o fundo do poço. Fico criando estratégias para não lutar. Fico criando cenários, onde a transformação acontece, mesmo sabendo que essa transformação é só fruto da minha imaginação. Estou me contentando com migalhas. Migalhas de um carinho, de um olhar, de uma atenção idiota como o comprar  de um chocolate prestigio.
Isso me basta? NÃO.
Ela é tão forte, que as palavras ditas, as decisões tomadas quando estou entre as quatro paredes do meu quarto se perdem. Quando a droga está na minha frente, tudo muda, não consigo ver a realidade tal qual ela é, apenas vejo o que eu quero, desejo, sonho, e mergulho nessa ilusão. Um toque, uma palavra, um comentário sobre um possível futuro, “você me leva para o Chile” me traz de volta a Rita criança, que quer colo, ser cuidada, paparicada, e dessa forma dominar, controlar tudo ao meu redor. Afinal a coitadinha precisa de vista, ouvida.
As musicas que procuro ouvir, me leva para a droga. As lagrimas são uma constante. Estou me distanciando do mundo que eu estava construindo.  Estou perdendo a direção, do mar, do caminhar na praia, do dançar. Estou me perdendo e deixando a Rita criança, coitadinha prevalecer.
Quero voltar a luz, ao mar, caminhar na praia com a Rita, completa, inteira. Sozinha, sem se sentir só. EU SOU CAPAZ DISSO. O que eu estou realizando não é pouco, e não posso deixar que a droga me tire essa percepção. Ela forte, atraente, extremamente cativante. A droga me envolve de uma forma que me esqueço de mim, dos meus projetos, e começo a sonhar através dela, os sonhos dela, as possibilidades dela. A droga me domina.
Mas eu sei, eu conheço o caminho da liberdade. Do mar, da dança, da praia, do sol, do amor.
Vou recomeçar. Não posso me culpar por ter caído na tentação. Tenho que esquecer o tropeço, erguer a cabeça. Administrar as consequências da queda. As dores, as novas cicatrizes, mas preciso, quero me reerguer, quero voltar a viver.
São pequenas decisões. Um dia de cada vez. Uma ligação que não deve ser atendida. Uma palavra “Vamos almoçar!” que não deve ser dita. Uma conversa que não precisa ser prolongada, além do necessário, do operacional. Sei o que devo fazer. VOU FAZER.
Distancia da droga e de tudo e todos que me levem a ela. DISTANCIA primeira física, depois no pensamento, os sonhos vão se distanciando e dando espaço para novos projetos, ou a valorização dos projetos atuais.  Preciso fugir da droga. Quero fugir da droga.
Estou sozinha nessa luta. Sem comentários com Ana, com Marta, com Rafa, com ninguém. Nada pode ser comentado, não existe a necessidade de comentários sobre ela. Ela se torna forte quando falo dela.  Nada mais a a escrever, apenas agir.
Reforçar a realidade que ela me coloca: solidão, expectativas no outro, prazer reprimido pelo outro.  Deve ser igual aos alcoolatras anônimos... um dia de cada vez, uma ação de cada ves. Nada de planejar. Vou fazer isso, isso e aquilo. NÃO. Não preciso de planejamento, preciso de ação.
DIZER ADEUS A DROGA....NUNCA MAIS QUERO ELA PERTO DE MIM.
EU VOU CONSEGUIR. EU POSSO, EU SOU CAPAZ.
08 de setembro de 2012

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