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Sonhar com o príncipe encantado, é permitido?
Cresci, passei minha adolescência a procura dele. Cavalo branco, rosa vermelha, olhar apaixonado, palavras doces, se possível um fundo musical. Lia fotonovelas, e me apaixonava a cada historia. Assisti Love Story e chorei. Quando vi Ghost, me debulhei em lagrimas. Sempre acreditei, nesse amor incondicional, até que a morte os separe. Olhava em volta, procurava modelos desse amor para alimentar meus sonhos. O casal vizinho, sempre de mãos dadas, minha mãe esperando encontrar meu pai, em outra vida, depois de tanto tempo. Os romances, os filmes, os contos, tudo me levava a crer, ele existe. A amor.
De repente o primeiro sinal de sua existência, um primo distante, nada mais previsível. Tardes sonhando com um simples olhar, atenção, carinho, uma simples brincadeira. Depois um amor platônico de férias. Lindo, loiro, olhares trocados, mas nem mesmo minha mão foi tocada. Mas a sensação de que ele, o amor estava presente, me fazia sonhar em um dia vivê-lo intensamente.
E vivi. Ele chegou, "oportunidades não faltaram", "uma cabeça e um barco no meio do mar, tão longe estava meu pensamento, quanto você esta agora, eu só tentei achar um fim bonito, para um passado tão triste, para te dar um presente diferente, agora", algo assim despertou o amor em mim, tudo que eu queria, e o amor, naquele momento acontecia.
Vivi, mergulhei, chorei, sofri, mas amei. Momentos lindos, de emoções, no meio da Imigrantes, alguém tira o capacete e grita: Rita vim te buscar. Não havia cavalo branco, nem estava uma rosa na mão, mas o amor estava alí. Fui. vivi.
O tempo passou, outro chegou. Diferente, de um mundo distante, sem muito falar, iceberg era seu apelido, sem muito toque, mas estava lá novamente, o amor foi intenso, verdadeiro. Quando acabou, "acho que é a lua", pensei que fosse morrer, mas não, ainda estava para chegar o verdadeiro amor iria viver. Será?
Natal, Genipabu, sujo de barro, barbudo, com o olhar mais lindo que eu já tido visto. Nos olhamos, nos apaixonamos. Amor a primeira vista. Como nas telenovelas da adolescência. Juras foram trocadas, sob um luar, sob um dia de sol, embaixo dos lençóis. O amor estava ali. Ele existiu. Foram tantos momentos, cada um com seu brilho, sua luz, cada um, para mim, transbordava amor.
O tempo mais uma vez passou. Chorei muito mas não deixei de acreditar que ele sempre estaria ali, para me acolher, me agasalhar, o amor. aquele, verdadeiro, sonhado lá atrás.
Ele apareceu, novamente me acendeu. "Quero ser o ultimo homem da sua vida". Novamente a sensação de estar junto dele, do amor, me faziam olhar a vida, com o diferente olhar, diferente sabor, simplesmente através do amor.
Foi assim. Agora, depois de ter vivido tudo isso, me dizem para acreditar que os primeiros eram apenas ilusões, o segundo só queria me desvirginar (conseguiu), o terceiro, era de um mundo que não era meu. o quarto, que acreditei verdadeiro, não estava comigo por inteiro, o quinto, pediu um tempo para pensar, e agora, simplesmente não quer se apaixonar.
Não acredito no que dizem. O amor sempre esteve ali do meu lado. Apenas, não estava do lado de lá. E continuam dizendo que preciso mudar. Deixar de amar, de sonhar com um príncipe encantado, uma noite de luar, um jantar, uma rosa, um olhar, uma musica e para completar, olhos nos olhos e deixar aquela sensação que nos faz flutuar preencher cada canto, cada pedaço do meu corpo, do meu ser. Deixar o amor acontecer.
Não, não vou nunca deixar de sonhar, Nunca vou deixar de desejar, ter alguém no meu lado para amar, igualzinho lá no começo, com apreço, dedicação, emoção.
Posso até nunca mais encontrar, mas a cada minuto do meu dia, seja de noite ou de dia, estarei completa, pronta, para compartilhar com alguém essa sensação indescritível que é AMAR, e continuarei esperando meu príncipe encantado. Ele existe, ele vai chegar.
Rita
17/09/2012 - 16:11 Olinda. Sozinha
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